A Quimbanda teve sua origem dentre os povos Bantus, região do Congo, Angola etc. Sendo um importante ícone dentro da sociedade dos povos locais o QUIMBANDA que seria uma espécie de Xamã, ou como a legítima tradução do nome QUIMBANDA = CURANDEIRO

Este importante indivíduo dentro dos povos antigos e até os dias de hoje na África são vistos como líderes espirituais locais ou comunitários, onde as pessoas buscam seu auxílio como ponte e mensageiro entre o mundo ancestral e o mundo físico onde vivemos

Uma rápida pesquisa atual nos permite entender que o QUIMBANDA nunca deixou de ser o que é até os dias de hoje em terras Africanas

Porém no passado aportaram em terras Brasileiras os mais diversos tipos de indivíduos escravizados, e é claro os feiticeiros africanos que ao se depararem com a nova terra buscaram estabelecer uma comunhão e contato com os espíritos locais e ancestrais

O certo é que a QUIMBANDA no Brasil foi praticada em exaustão dentro das senzalas e posteriormente nos quilombos como forma de buscar apoio ancestral e liberdade física, ouvimos dos nossos mais velhos e antigos histórias do início da Quimbanda no Brasil e sem sombra de dúvidas ela foi um forte “braço armado e oculto” que ajudou na libertação dos escravos em terras Brasileiras

O tempo passou e a QUIMBANDA deixou de lutar pela liberdade física dos escravos pois em si não havia mais escravidão, e busca então a liberdade espiritual do indivíduo! Um Quimbandeiro é dono de si mesmo, não se ajoelha ou bate cabeça para ninguém pois assim estaria ajoelhando todos que vieram antes de si também. Na Quimbanda não somos tidos como “Cavalos” e sim como CAVALEIROS!

A essência máter do nosso culto é a manutenção e aumento do M’oyo de cada um, uma espécie de Axé (energia vital individual) que permite a todos nós termos uma vida mais próspera, saudável e feliz. Normalmente quando coisas ruins estão acontecendo em nossa vida (doenças, percas, caminhos fechados, etc.) dizemos que a pessoa está sem Moyo, sem Axé

Certo ou errado o fato é que a elasticidade de EXU permite adaptações e nossos compadres e comadres aceitam numa boa, até mesmo por que ninguém é igual a ninguém. E também em dado momento do desenvolvimento espiritual da pessoa no culto, se ela tem caminhos de abrir uma casa, um terreiro, com certeza lhe serão dadas ordens e direitos de ali naquela casa pregar o que funciona para si mesmo, ou seja, ali ele é o QUIMBANDA que dita as regras, ele é o NGANGA e ponto, mas isso requer tempo e anos e anos de prática e estudos para ser consagrado como tal e ter tamanha liberdade e poder

Em nossa tradição e culto ainda mantemos viva a lembrança aos mais velhos e ancestrais que vieram antes de nós, o povo Bantu e os antigos bakulo (ancestrais) do culto então por isso preservamos alguns costumes Bantus, saudações e escritas

Nossa tradição procura manter viva a chama dos ancestrais através do culto a essas forças e poderes, evitamos desvirtuar os ensinamentos passados então em nossa tradição Quimbanda não é satanismo, luciferianismo, goetia, etc. Procuramos manter o culto de forma tradicional e respeitamos quem faz seu culto de forma diferente

Quimbanda não é religião do nosso ponto de vista, somos um culto Egóico centrado no EU como busca da auto iluminação, praticamos e fazemos muitas magias pois assim o Moyo vive em nós! Não temos como bandeira a caridade pregada em outros cultos e religiões, mais uma vez cada um na sua

Temos como princípio a liberdade a ser atingida através do culto, somos AMORAIS então não entendemos a dualidade de BEM & MAL proposta por diversas religiões e cultos. A QUIMBANDA atende muito aos pedidos de magia dita “magia negra” tais como amarração amorosa, pactos, ataques etc.

Um KIMBANDA é um curandeiro, e quem sabe a dose para curar também sabe e foi treinado para saber matar, assim é o culto, ele é neutro em si nem bom ou mal.

Exu e Pomba Gira